Você consegue se imaginar buscando algo na internet em um lugar que não seja o Google?
Se você acha isso impossível, é bom começar a abrir os olhos para o que está acontecendo. Em breve você terá que se acostumar com a ideia de ser normal um chatbot de inteligência artificial sendo seu novo amigo virtual, respondendo tudo o que você precisa e muito mais.
E não sou apenas eu que estou falando isso. O próprio criador do Gmail, Paul Buchheit, anda dizendo que uma nova ferramenta de IA vai roubar a cena nos próximos anos. Ele se refere ao ChatGPT, da OpenAI, que já conta com mais de 1 milhão de usuários.
O Google pode estar a apenas um ou dois anos de sua ruptura. Mesmo que avance em sua inteligência artificial, ele não será capaz de implementá-la totalmente sem destruir a parte mais valiosa de seus negócios – sugeriu Buchheit em uma postagem em sua conta no Twitter.
O ChatGPT foi lançado ao público recentemente, no dia 30 de novembro, e pode ser acessado gratuitamente pelo site da OpenAI.
O robô tem se destacado entre os usuários por suas respostas detalhadas e semelhantes às dos humanos e por conseguir criar poemas, músicas, resolver equações matemáticas, escrever programas e muito mais.
Se o novo bot ainda não repercutiu por aí, dá uma conferida neste link para conhecer os principais motivos pelos quais a ferramenta tem sido considerada a nova sensação do momento, no mundo da tecnologia, e o chatbot verdadeiramente útil, pelo jornal britânico, The Times.
De Robô Ed ao ChatGPT
Se hoje nos surpreendemos com as habilidades do ChatGPT, 18 anos atrás, o simpático Robô Ed era a febre da internet. Se não tinha ninguém online para teclar, bastava chamar o Ed, o antigo chatbot, criado em 2004. Se lembra?
Ok que o Robô Ed mais se parecia com uma criança aprendendo a falar, quando comparado ao ChatGPT. Mas já era algo bem interessante.
Já o ChatGPT deixa bem clara a evolução dos últimos anos. Ele foi criado pela OpenAI (sim, aquela mesma do DALL-E 2, que faz umas artes para vender na praia). Sua inteligência artificial é treinada com uma quantidade massiva de dados e está aberta para aprender mais em testes com o público.
Para testá-la, basta criar uma conta na OpenAI e começar a conversar (se bem que tem tanta gente querendo o ombro amigo digital, que está até difícil conseguir um minutinho da atenção dela).
Mande sua ideia e, em poucos segundos, o moderno chatbot entrega uma resposta e continua o bate-papo.
Modelo de linguagem GPT
Para deixar a ferramenta pronta para o lançamento, a OpenAI treinou o modelo usando Reinforcement Learning from Human Feedback (RLHF), ou aprendizagem por reforço com feedback humano, o mesmo método usado no modelo de linguagem InstructGPT, mas com diferenças na configuração da coleta de dados.
Pessoas de carne e osso forneciam conversas, dos dois lados, como usuário e assistente de IA. Esses treinadores humanos receberam as sugestões para ajudar na composição das respostas.
Em seguida, houve a coleta de dados para comparação, com vários retornos possíveis, para depois classificá-las aleatoriamente. Assim, o modelo foi ajustado com ajuda do Proximal Policy Optimization. Mais do que jogar conversa fora, o ChatGPT fornece respostas.
ChatGPT vs Google. São competidores ou amigos?
Mas você deve estar se perguntando: é tipo o Google? Há quem diga que é ainda melhor, pois ele personaliza melhor a entrega, refaz o que for solicitado e admite seu próprio erro, diferentemente daquele amigo sabichão.
Paul Buchheit, desenvolvedor de um dos serviços de e-mail mais populares do mundo, destacou que a nova ferramenta é capaz de realizar buscas na web com melhor compreensão e de exibir resultados com mais clareza.
Além disso, ela corrige gramática, resume conversa, gera textos após uma sugestão, escreve músicas, traduz do inglês para outras línguas, extrai palavras-chave de um texto, cria planilhas, notas de estudos… E muito mais.
Dentro desse mundo de coisas, a IA pode traduzir a linguagem de programação Python para uma linguagem natural. E, entrando nesta seara, a tech tem a capacidade de prestar assistência a programadores que estão com dificuldade de encontrar soluções em códigos.
O que ele não faz? O ChatGPT só não responde a perguntas inapropriadas. O robô não vai ensinar ninguém a construir uma bomba, mostrar conteúdo violento ou responder discurso de ódio. Mesmo assim, tem gente que, com os testes abertos ao público, contorna os filtros de conteúdo.
Mas como disse aqui e em artigos anteriores, ferramentas como chatbots estão no mercado para ajudar os profissionais e não para substitui-los.
Ao invés de se assustar com as inúmeras habilidades desses robôs, tire proveito disso para aumentar o faturamento de sua empresa, sem que dependa totalmente de você. Estamos apenas no início de uma grande era.