Mais do que espaços para a interação entre as pessoas, palcos.
As redes sociais se tornaram fontes para o entretenimento. E para que existam os espetáculos os artistas são necessários.
Influencers que, à luz dos ring lights, apresentam suas criações em várias formas de conteúdo, aos aplausos dos likes e visualizações.
Porém, para além do glamour e reconhecimento do público, há um trabalho árduo que precisa trazer retorno financeiro.
São horas dedicadas à elaboração de roteiros, gastos com equipamentos para gravação e edição, estudos de métricas e um olhar sempre alerta às tendências do mercado, que pode mudar na velocidade de um clique.
E quem banca tudo isso? As big techs, que “alugam” suas estruturas e algoritmos para que as histórias do cotidiano ganhem vida nas telas digitais.
Nesse cenário de troca entre as empresas e os criadores, o acerto justo dos valores entre ambas as partes é o que faz o show continuar.
O valor da influência
O Digiday realizou um levantamento sobre quanto as principais plataformas on-line pagam aos produtores. Confira:
TikTok
O mestre dos vídeos curtos divide metade da receita de anúncios com criadores aprovados (com 100 mil seguidores ou mais), através do programa TikTok Pulse, lançado em maio.
YouTube
Com a explosão do TikTok, o YouTube divulgou que vai compartilhar uma parte dos lucros com ads em Shorts, a partir de janeiro de 2023.
Quem optar pelo formato terá uma participação de 45% na arrecadação, enquanto os que investem nos vídeos longos permanecem recebendo 50%.
Meta (Instagram e Facebook)
Anteriormente, o Instagram cedia 55% dos rendimentos em anúncios in-stream (quando a publicidade aparece antes, durante ou depois do vídeo).
No entanto, em fevereiro deste ano, a Meta parou de financiar este modelo, mudando o foco para o Reels.
Assim, apenas o Facebook permanece com a dinâmica de pagamento para os ads in-stream e Facebook Reels.
Snapchat
O aplicativo não divulga a porcentagem que reparte com os colaboradores.
Mas, segundo a Variety, a rede social desembolsou mais de US$ 250 milhões para mais de 12.000 pessoas, pela iniciativa Snapchat Spotlight, em 2021.
Twitch
Após passar recentemente por apuros, a plataforma anunciou que os melhores desempenhos continuarão a receber uma taxa premium na proporção de 70 por 30, mas somente nos primeiros US$ 100.000. Acima desse montante, o padrão será de 50 para 50.
A decisão foi recebida com crítica pelos criadores, que questionaram as enormes quantias de dinheiro aplicadas no line-up de celebridades da Twitch Con (convenção de games e transmissões ao vivo).
Creators e sua luta em um cenário instável
O universo dos negócios on-line não se restringe aos pixels e pode ser instável, podendo ser moldado por questões globais e pela própria natureza fugaz da web.
Nela, tudo está em constante movimento e as empresas precisam adaptar suas práticas com frequência para não perder público e, consequentemente, dinheiro.
Os creators estão familiarizados com este contexto.
Entretanto, a falta de clareza das corporações em relação ao compartilhamento das receitas e a luta delas “com o que vem a seguir” afeta o planejamento financeiro a longo prazo dos profissionais que têm o digital como ganha pão.
A ascensão e queda do Take Vine, do Twitter, representa a insegurança enfrentada no mercado.
O aplicativo, que permitia o compartilhamento de videoclipes em loop de seis segundos, foi lançado em 2012.
Em 2016, as atividades foram encerradas porque o Vine não conseguia dar suporte aos criadores de conteúdo, devido ao aumento da concorrência, falta de monetização e opções de publicidade.
Depois do acontecimento, várias pessoas que atrelaram sua carreira ao app tiveram que recomeçar do zero.
Diante das peculiaridades de trabalhar com o digital, empresas e profissionais devem buscar conciliar seus interesses, através do diálogo aberto e da precaução.
O equilíbrio está em não colocar todos os lucros do hoje contra a longevidade e o futuro de amanhã.
Fonte: Digiday