Com o TikTok diante da possibilidade de proibição nos EUA, a empresa está desenvolvendo planos de contingência que, em um cenário pessimista, incluem a venda da empresa pela controladora ByteDance para garantir a continuidade de suas operações e potencial de receita.
Conforme relatado para o Bloomberg:
A liderança da TikTok está discutindo a possibilidade de se separar da ByteDance, sua controladora chinesa, para ajudar a lidar com as preocupações sobre os riscos à segurança nacional. Um desinvestimento, que pode resultar em uma venda ou oferta pública inicial, é considerado um último recurso, a ser buscado apenas se a proposta existente da empresa com autoridades de segurança nacional não for aprovada, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
Esse é um caminho que o TikTok quase precisou seguir em 2020, quando o ex-presidente Donald Trump exigiu que o aplicativo fosse vendido para uma empresa dos EUA ou seria completamente proibido.
Venda do TikTok para empresa americana pode amenizar tensões entre EUA e China?
Inicialmente, a administração Biden deixou de lado os planos de venda do TikTok, que anteriormente envolviam a Microsoft e a Oracle como potenciais compradoras.
Entretanto, com o aumento das preocupações em relação à segurança cibernética e às tensões com a China, a Casa Branca pode estar considerando novamente medidas drásticas para lidar com o aplicativo.
No entanto, a aprovação da venda pelo governo chinês pode ser um obstáculo, já que as declarações do país em relação ao TikTok sugerem que ele pode não estar disposto a permiti-la.
Em meio das crescentes proibições do TikTok em dispositivos de propriedade do governo nos EUA, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que:
[O governo dos Estados Unidos] tem estendido demais o conceito de segurança nacional e abusado do poder do Estado para suprimir empresas de outros países. Quão inseguros de si mesmos podem os EUA, a maior superpotência do mundo, temer tanto o aplicativo favorito de um jovem?
É comum que o Partido Comunista Chinês (PCC) declare que os EUA não têm autoridade para cancelar um aplicativo de propriedade chinesa sem justificativa adequada.
Dessa forma, é improvável que o PCC fique satisfeito com a venda forçada de um ativo chinês pelos mesmos motivos.
Portanto, mesmo que o TikTok e a ByteDance considerem essa opção, ainda pode não ser viável no atual cenário político.
A confusão será resolvida, então?
No dia 23 de março, o CEO do TikTok, Shou Zi Chew, comparecerá perante o US House Energy and Commerce Committee, onde será questionado sobre a capacidade de compartilhamento de dados do aplicativo com grupos baseados na China.
O futuro do app dependerá, em grande parte, do que for discutido nessa audiência.
Caso as respostas de Chew não satisfaçam os senadores americanos, a pressão para proibir o TikTok provavelmente aumentará.
Se ocorrer um incidente de espionagem semelhante, isso pode levar o presidente Biden a agir e banir o aplicativo.
Embora um compromisso seja possível, a tensão entre EUA e China não é favorável ao futuro do TikTok.
Ainda que seja possível que o aplicativo continue, há vários fatores em jogo que podem resultar em seu desaparecimento.
Fonte: Social Media Today