A prévia do Google Bard e do Bing IA da Microsoft com o ChatGPT deixou os editores e criadores de conteúdo cada vez mais preocupados com o futuro da indústria.
As novas tecnologias de inteligência artificial prometem uma mudança significativa na forma como os motores de busca apresentam informações aos usuários.
Uma das principais preocupações é a nova página de resultados de pesquisa, que apresenta respostas longas e detalhadas diretamente na página, em vez de somente fornecer links para sites relevantes.
Essa mudança pode resultar em menos cliques para o conteúdo dos editores e criadores, o que leva a menos tráfego, menos impressões e menos retorno sobre o investimento (ROI) em seu conteúdo.
Em resumo, as duas páginas de resultados de pesquisa são muito diferentes, o que pode impactar o futuro do setor.
Quais são as preocupações?
Nos últimos dias, após os anúncios das implementações IA nos mecanismos de busca, muitas opiniões foram expostas na internet externando essas preocupações.
O Wired, site de notícias e opiniões sobre tecnologia, ciência, cultura e política, escreveu que:
Os usuários da web gastam mais tempo com bots e menos tempo clicando em links, os editores podem ser cortados das vendas de assinaturas, anúncios e referências.
O The Verge, também um site de notícias e análises sobre tecnologia, ciência, cultura e entretenimento, escreveu:
Mas se eu perguntar ao novo Bing quais são as 10 melhores TVs para jogos, e ele apenas me fizer uma lista, por que eu, o usuário, clicaria no link para The Verge, que tem outra lista dos 10 melhores TVs para jogos?
O YouTuber Marques Brownlee, em seu podcast, disse que se preocupava com a diminuição de cliques e explorou o cenário em que os editores pudessem perder o incentivo de continuar publicando conteúdo.
Essa seria uma grande problemática para a IA, já que prejudicaria as entradas delas, tendo em vista que são esses conteúdos que alimentam as respostas dadas. Um dos hosts chamou isso de “problema recursivo”.
Alguns criadores estão até mesmo exigindo royalties pelo conteúdo que os bots estão consumindo para responder às perguntas.
Como e se os editores sobreviverão, saberemos em breve, de acordo com Glenn Gabe, especialistaClique e conheça a história dos grandes nomes do Marketing... em SEO, que afirma que os profissionais de marketing, por dependerem de muitos dados, rapidamente nos darão mais informações sobre essas tendências.
Uma nova forma para preocupações antigas
A recente preocupação dos editores e criadores de conteúdo com as novas tecnologias de IA do Google Bard e do Bing IA é semelhante às que surgiram quando o Google lançou os trechos em destaque.
Na época, houve muita controvérsia sobre a extração de conteúdo dos editores e exibição nas respostas do Google.
Com o decorrer do tempo, os editores passaram a preferir o destaque do snippet em vez de sua ausência.
No entanto, essa nova forma de respostas de chatbot é bastante distinta do padrão dos destaques, que apresentam apenas uma resposta de duas ou três linhas, sem citar as fontes.
Em contrapartida, as respostas baseadas em chatbot são extensas, contêm informações minuciosas e oferecem praticamente todas as informações necessárias.
Os editores devem, então, se preocupar?
Indubitavelmente, a nova abordagem de respostas de IA baseadas em bate-papo reduzirá a necessidade de cliques para editores.
No entanto, se ponderarmos sobre o funcionamento desses chatbots de IA, seria impossível sem o conteúdo dos editores em sua forma atual.
Para que esses sistemas possam operar, eles precisam treinar seus modelos com base no conteúdo da web produzido pelos editores.
Se esses criadores de conteúdo perderem o incentivo para continuar produzindo, isso pode ter um impacto direto na capacidade dos mecanismos de pesquisa de IA em fornecer respostas oportunas e relevantes para uma ampla variedade de perguntas.
Por isso, é crucial que os mecanismos de pesquisa assegurem a satisfação dos editores de conteúdo.
Porém, pode haver dificuldades para atingir esse objetivo.
Somente o tempo dirá o resultado final e será interessante observar o desenrolar dos acontecimentos.
Fonte: Search Engine Land