O isolamento social, causado pela chegada da pandemia, em março de 2020, fez com que as pessoas iniciassem uma nova madeira de consumir produtos e serviços, gerando um impulsionamento significativo do mercado digital.
Uma das áreas que obteve um aumento representativo em termos de adesão, nesse período, foi a dos cursos online. Com o trabalho remoto, as pessoas deixaram de se preocupar com o tempo de locomoção até a empresa e encontraram uma oportunidade de estudar, aproveitando o tempo que estariam no trânsito.
Além disso, a área de infoprodutos também tem movimentado os profissionais, que passaram a transformar seus conhecimentos em cursos online. Dessa forma, os produtores perceberam uma nova possibilidade de mercado, ampliando os rendimentos, através da escalabilidade dos negócios na internet.
Não para de crescer
A adesão ao estudo online já apresentava um crescimento gradativo, mesmo antes da pandemia. Uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional dos Estudos e Pesquisa (Inep), analisou o aumento do número de matrículas em cursos superiores online entre 2009 e 2019, e o resultado apresentou uma alta de 378,9%, sendo registrados 330 mil alunos em 2009 e 1,5 milhão, dez anos depois.
Em se tratando da demanda registrada pelas plataformas de vendas de cursos livres, os números também são surpreendentes. A Hotmart, por exemplo, informou um aumento de 161% entre maio de 2019 e o mesmo período de 2020. Enquanto isso, a HeroSpark registrou um crescimento de 1002% na procura de seus produtos entre o final de 2019 e o de 2020.
Já a norte-americana Coursera, uma das maiores empresas globais de tecnologia voltada para educação, viu a demanda por seus cursos dobrar, na comparação entre 2019 e 2021. Há três anos, a empresa contabilizava cerca de 44 milhões de alunos na plataforma e, no ano passado, foram registrados 92 milhões de usuários.
Se avaliarmos os números da América Latina, especificamente, a quantidade de alunos registrados na plataforma da Coursera subiu 26%, totalizando 17 milhões de estudantes. Já a quantidade de inscrições nesta área geográfica também apresentou aumento significativo de 32%, contabilizando um total de 27 milhões de usuários.
Países com mais alunos online
De acordo com o 2º Relatório de Impacto da Coursera, a empresa contabilizou a chegada de 20 milhões de novos alunos na plataforma, em 2021. A maioria dos estudantes residem em regiões as quais não possuem infraestrutura adequada para atender as demandas de ensino superior.
Na pesquisa, o Brasil encontra-se em 4º lugar no ranking de países com maior número de alunos cadastrados na Coursera, com 3,7 milhões de usuários, ficando atrás do México (4,8 milhões), da Índia (13,6 milhões) e dos Estados Unidos (17,3 milhões).
Outro dado interessante do relatório, está relacionado ao aumento das mulheres na procura por cursos do campo STEM, que incluem as áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. O crescimento, que varia entre 6% e 7%, representa uma redução nas diferenças de gênero em áreas com maior presença masculina.
Perfil de quem tem buscado os cursos online
Os cursos online têm sido procurados por pessoas que buscam aprimorar as habilidades e desejam se preparar para as melhores oportunidades no mercado de trabalho.
Entre os conhecimentos mais procurados nas categorias de Negócios, Tecnologia e Ciência de Dados, estão as skills em comunicação, programação de computadores e probabilidade de estatísticas, respectivamente.
Oportunidades para novos talentos
Além de proporcionar maior acesso à educação, a área de infoprodutos também abre espaço para o surgimento de novos talentos no mercado. Para Jeff Maggioncalda, CEO da Coursera, as novas tendências têm criado oportunidades para que as pessoas sejam inseridas no mundo digital.
As novas tendências mostram que a força combinada do aprendizado online e do trabalho remoto está criando uma oportunidade poderosa para fornecer não apenas habilidades, mas oportunidades de trabalho mais equitativas em todo o mundo – explica Maggioncalda.
Segundo o chefe da Coursera, a colaboração entre universidades, indústria e governos, está permitindo que mais pessoas tenham acesso a um modelo mais inclusivo de aprendizado, para disputar um espaço no mercado de trabalho.
