Sabe aquela história de o YouTube estar lutando firmemente para bloquear os bloqueadores de anúncios? Não está sendo muito bem recebida, principalmente pelos defensores da privacidade.
Bom, à medida que o YouTube aumenta as restrições aos bloqueadores de anúncios, os defensores da privacidade na União Europeia estão apostando que as regulamentações governamentais podem pôr fim à repressão.
Inclusive, um especialistaClique e conheça a história dos grandes nomes do Marketing... em privacidade, Alexander Hanff, apresentou uma queixa em outubro à Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (DPC). Hanff argumenta que o sistema de detecção de bloqueadores de anúncios do YouTube é uma violação da privacidade – uma acusação que o Google nega – e ilegal segundo a legislação da UE.
De acordo com afirmação dele ao The Verge:
Os scripts de detecção do AdBlock são spyware – não há outra maneira de descrevê-los e, como tal, não é aceitável implantá-los sem consentimento. Considero que qualquer implantação de tecnologia que possa ser usada para espionar meus dispositivos é antiética e ilegal na maioria das situações.
A história do bloqueio dos bloqueadores de anúncio no YouTube
A luta contra a detecção de bloqueadores de anúncios não é novidade, mas o “esforço global” do YouTube para impedir os bloqueadores de anúncios renovou o interesse no tópico.
Sites como o YouTube podem detectar bloqueadores de anúncios baixando o código JavaScript que verifica se algo na página mudou ou detectando quando os elementos necessários para carregar um anúncio são bloqueados, de acordo com o The New York Times.
Embora o YouTube tenha começado a bloquear bloqueadores de anúncios como um “pequeno experimento” em junho, o YouTube confirmou posteriormente ao que a empresa intensificou seus esforços. Isso significa que mais usuários com bloqueadores de anúncios ativados não conseguem assistir a vídeos na plataforma. Em vez de mostrar o vídeo, o YouTube exibe um aviso que incentiva os usuários a permitir anúncios no YouTube ou assinar o YouTube Premium.
O bloqueio não está tão popular entre os usuários da plataforma
Essa mudança não foi bem recebida pelos usuários e pelos defensores da privacidade. Um relatório da Wired revela que as pessoas estão instalando e desinstalando bloqueadores de anúncios em um ritmo recorde, à medida que os usuários procuram um bloqueador de anúncios que não seja afetado pelas restrições do YouTube. Enquanto isso, a empresa afirma que os bloqueadores de anúncios violam os termos de serviço da plataforma e impedem os criadores de obter receitas com anúncios.
Hanff entrou em contato pela primeira vez com a Comissão Europeia sobre o uso de ferramentas de detecção de bloqueadores de anúncios em 2016. No entanto, não parece que isso tenha tido qualquer impacto significativo na forma como os sites detectam bloqueadores de anúncios.
Já recentemente, ele faz referência à sua carta anterior e apela à DPC para que tome medidas contra o YouTube e impeça-o de usar ferramentas de detecção de bloqueadores de anúncios. Hanff disse ao The Verge que, além de violar o Artigo 5.3 da Diretiva de Privacidade Eletrônica, ele acredita que também é uma violação do direito fundamental à privacidade sob a Declaração Universal dos Direitos Humanos e outras convenções.
O que diz o YouTube sobre isso?
O porta-voz do YouTube, Christopher Lawton, respondeu ao desafio de Hanff e outros defensores observando que o YouTube lançou um “esforço global” para reprimir os bloqueadores de anúncios. Lawton acrescenta que “é claro que [a empresa] cooperará totalmente com quaisquer perguntas ou dúvidas do DPC”.
Se a Comissão Europeia descobrir que o sistema de detecção de bloqueadores de anúncios da plataforma viola a Diretiva de Privacidade Eletrônica da UE, a comissão poderá aplicar uma multa à plataforma e forçá-la a alterar o recurso. É um pouco cedo para dizer como a comissão responderá a tais reclamações formais, mas não se sabe se os resultados ressoariam aqui no Brasil.
Fonte: The Verge
