Parece que a equipe sênior do YouTube tem andado preocupada quanto ao impacto do sucesso do Shorts — a resposta da plataforma ao aplicativo de vídeos curtos TikTok.
De acordo com notícia do Financial Times, o YouTube, que pertence à Alphabet, enfrenta a inquietação de que o Shorts, embora tenha acumulado mais de 2 bilhões de usuários desde seu lançamento em 2021, possa estar canibalizando seu negócio principal.
Reuniões recentes de estratégia da empresa discutiram o risco de que os vídeos longos, que geram mais receitas para a empresa, estejam “desaparecendo” como formato, segundo essas pessoas.
Ameaça à receita e ao modelo de negócios do YouTube
Os Shorts conquistaram uma base de usuários impressionante em tempo recorde, mas essa ascensão meteórica trouxe preocupações.
Eles conseguiram cativar a atenção do público, mas ao fazê-lo, afastaram parte da audiência dos vídeos tradicionais mais longos na plataforma, que historicamente geraram mais receitas para a empresa.
Em outubro do ano passado, o YouTube relatou uma queda trimestral na receita publicitária. Nos dois trimestres seguintes, a plataforma relatou novas quedas em comparação com os mesmos períodos do ano anterior.
No entanto, em julho, o YouTube anunciou que as vendas de anúncios aumentaram 4,4%, para US$ 7,7 bilhões no segundo trimestre. Isso representou cerca de 13% da receita publicitária do Google.
Apesar desse aumento recente, a equipe expressou preocupação com os números internos da empresa, que sugerem que os criadores de conteúdo estão produzindo menos vídeos de formato longo — motivados pela falta de apetite do consumidor e pelas comissões de marcas que favorecem conteúdo de formato curto para colocação de produtos.
De acordo com o Financial Times, houve uma comparação interna da tendência de menos pessoas verem vídeos mais longos no YouTube ao fato de as pessoas estarem lendo menos livros, pois isso requer mais tempo e concentração.
Vídeos longos significam mais publicidade
O conteúdo longo é atraente para anunciantes, uma vez que os espectadores tendem a se envolver por mais tempo, o que implica em uma receita publicitária ampliada e uma maior capacidade de atrair anunciantes premium.
Além disso, vídeos longos oferecem flexibilidade para diversos formatos de anúncios, permitindo que criadores e anunciantes ajustem suas estratégias de anúncios para obter resultados eficazes.
Sendo assim, essa queda na produção de vídeos longos gera uma grande preocupação na empresa, uma vez que ainda não há uma maneira eficaz de monetizar os vídeos curtos.
O que o YouTube pensa?
Em resposta ao Financial Times, o YouTube disse que o Shorts foi projetado para complementar, não competir, com outros formatos na plataforma. Eles argumentaram que o sucesso do Shorts não significa necessariamente o fracasso dos vídeos mais longos e que a variedade de formatos criou um ciclo virtuoso, atraindo novos espectadores para diferentes tipos de conteúdo.
Para os profissionais de marketing, isso significa estar atentos às mudanças e às oportunidades emergentes no cenário de vídeos digitais. Embora o sucesso do Shorts seja notável, o desafio para a plataforma é encontrar o equilíbrio entre a inovação e a preservação de seu modelo de negócios tradicional.
O futuro dos vídeos online está em constante evolução, e o YouTube está determinado a permanecer na vanguarda dessa transformação. Veremos o que acontece daqui para frente.