Teve início nesta terça-feira (12) o julgamento antitruste contra o Google nos Estados Unidos, um caso de enorme relevância que ecoa os eventosClique e veja os próximos Eventos de Marketing Digital... anteriores envolvendo gigantes da tecnologia.
O governo dos EUA alega que o Google violou leis antimonopólio e abusou de seu poder de mercado por mais de uma década. O caso foca no mecanismo de busca da empresa, acusando-a de usar sua participação de mercado de 90% para restringir ilegalmente a concorrência tanto em buscas quanto em publicidade.
Esse julgamento, previsto para durar mais de dois meses, é considerado importante e de grande dimensão. É o maior do tipo em 20 anos nos Estados Unidos, desde que um grande caso ocorreu no início dos anos 2000, com a Microsoft — que foi acusada de manter o domínio sobre o mercado de softwares, com o Windows.
De acordo com o The New York Times, se sentenciado o Google deverá enfrentar limites relacionados à concorrência, bem como causar um desequilíbrio de poder dentro do Vale do Silício.
Quais são as acusações contra o Google?
Uma das principais alegações feitas pelo governo federal é que o Google só conseguiu manter o monopólio sobre a busca por meio de acordos bilionários a fabricantes de smartphones para ser o provedor de pesquisa padrão nos navegadores dos aparelhos. O governo alega que isso permitiu que o Google se tornasse o mecanismo de busca dominante sobre seus rivais e sufocasse a concorrência.
Além disso, o DOJ também afirma que o Google teria contratos com empresas do tipo para que os dispositivos tivessem seus apps pré-instalados, como YouTube, por exemplo.
Ademais, a big tech também está sendo acusada de prejudicar os consumidores ao sufocar a inovação nas ferramentas de busca online e ao limitar a escolha.
Os promotores federais provavelmente argumentarão que o Google não está permitindo um mercado livre com rivais que poderiam oferecer opções de pesquisa com melhores vantagens técnicas – como a velocidade com que os resultados da pesquisa são apresentados – e em opções políticas, como práticas de privacidade de dados mais rigorosas.

Qual é a defesa do Google?
O Google rejeitou fortemente as alegações de comportamento anticompetitivo. Seus produtos e serviços são mais populares porque são simplesmente melhores, e não porque o Google tenha afastado o campo de atuação de rivais em potencial, argumenta a empresa.
Espera-se também que o Google argumente que seus contratos para serem mecanismos de busca padrão nos navegadores não são exclusivos e não limitam a concorrência. A empresa alega que os usuários podem facilmente definir um novo mecanismo de busca padrão e que seus contratos não limitam o acesso a outras opções de busca.
Além disso, a empresa também afirma que atualmente compete com diversas plataformas como mecanismos de busca. Entre essas plataformas, foram citadas: Bing, TikTok e ChatGPT. A defesa também alega que a Apple e a Mozilla também promovem outros serviços.
O que esperar desse julgamento do Google?
Os EUA e os aliados estaduais não estão buscando uma penalidade monetária, mas sim uma liminar que impeça o Google de continuar com as alegadas práticas anticompetitivas.
Tal ordem poderia ter implicações comerciais significativas para a empresa. Por exemplo:
- O governo disse em seu processo que o tribunal poderia desmembrar a empresa como solução.
- De forma mais ampla, o Departamento de Justiça pode argumentar que quer impedir o Google de aproveitar o seu alegado monopólio de pesquisa para fazer acordos exclusivos em mercados emergentes, incluindo inteligência artificial.
Uma grande mudança no Google poderia causar grandes mudanças em todo o ecossistema de marketing digital.
Se o DOJ provar seu caso e de alguma forma alterar o domínio de busca do Google, isso poderá significar custos mais baixos para os anunciantes. Se o Google ganhar, mais regulamentação tecnológica poderá ser mais difícil de alcançar. O tempo, como sempre, dirá.
Fonte: Search Engine Land